Com um estúdio de arte, levando em consideração os recursos relacionados à idade e as mais volumosas vistas da paisagem, esta casa mostra o quão bem o arquiteto conhece seu cliente.
Para muitos arquitetos, descobrir exatamente o que o cliente deseja é um processo complexo, que consome muita energia, às vezes representando uma verdadeira batalha. Mas as coisas eram completamente diferentes com Gary Gladwish e seu último cliente - sua própria mãe. "Eu tenho certeza que ela ama e não ama", diz ele sobre Marie Gladwish, uma ex-artista gráfica. “Graças a isso, eu facilmente determinei quais espaços, quais materiais e sensações ela esperava de sua futura casa. Às vezes, os próprios clientes não sabem o que querem ".
Usando esse conhecimento, ele projetou uma casa de materiais danificados, que agora fica em um penhasco íngreme, cercado por florestas, penhascos cobertos de musgo e pelo oceano - tudo o que inspira sua mãe para obras de arte que podem ser encontradas em toda a casa.
Obviamente, de acordo com o Gladwish, o processo nem sempre foi fácil e simples. Mas ele teve um incentivo para avançar quando parecia que a construção estava prosseguindo no ritmo de um caracol. "Estávamos no estágio de projetar esquematicamente uma casa por 20 anos", diz ele. “No final, bati o pé e disse:“ É isso que você terá ”e, juntos, “ esprememos ”no orçamento da casa tudo o que minha mãe queria ver em sua casa. E agora ela ama sua casa.
Projeto em números:
Localização: Ilha Orcas, Ilhas San Juan, Costa do Estado de Washington
Quem vive aqui: Marie Gladwish
Equipe: arquiteto: Gary Gladwish; construção: Schuchart / Dow
Tamanho: 1800 pés quadrados; 1 quarto, 1 ½ banheiros, além de um estúdio de 800 pés quadrados, que pode ser convertido em dois quartos adicionais com dois banheiros.
Foto: Will Austin Fotografia
De fato, este projeto foi desenvolvido por décadas. Marie se apaixonou pela ilha enquanto andava de barco com o pai por San Juan quando tinha 17 anos. Então ela também decidiu que um dia se estabeleceria lá. Ela voltou à ilha 49 anos depois, pegou um pedaço de terra e passou 10 anos pensando no que fazer a seguir.
A propósito, a terra aqui é surpreendentemente pitoresca: musgo verde brilhante e árvores sempre verdes cobrem colinas rochosas e rochas que se erguem sobre águas escuras. Você pode chegar à ilha de balsa, hidroavião ou barco particular. Nas proximidades, existem várias cidades pequenas, compostas principalmente por pequenas casas de campo, e também lojas por lá. A casa projetada por Gladwish está localizada em uma encosta a 900 pés de altura acima da água.
Marie fez a seleção dos materiais: muitos deles foram encontrados em um aterro ou comprados no Craigslist (site de anúncios classificados). O revestimento de madeira (revestimento exterior) de um celeiro de 100 anos do leste de Washington, que Gladwish encontrou no Craigslist, foi até ele por quase nada. “Nessa área, não há problemas com pequenos insetos que estragam a madeira, mas a árvore teve que ser regada por um longo tempo com uma mangueira para liberar esterco de vaca. Mas agora ele tem uma excelente aparência rural. ”
Algumas pessoas acreditam erroneamente que a casa é feita de um contêiner de carga, mas na verdade é revestida de COR-TEN (feita de aço de liga) com um padrão chamado "costelas ocidentais", muito semelhante aos contêineres de carga. Essa solução ajuda a reduzir significativamente os custos operacionais - o material não requer pintura e nenhum cuidado adicional.
O Gladwish também escolheu o material com base em seu valor estético. Assim, a cor marrom-avermelhada corresponde aos tons com os quais a natureza circundante é saturada: essa cor é cheia de casca de árvore e musgo.
Os canais de tempestade transportam água do telhado para um lago de decantação especial, o que ajuda a evitar a erosão em uma superfície rochosa.
Qvio, o cachorro preto Gladwych repousa em terreno rochoso.
As portas de vidro se abrem, conectando completamente a sala de estar à encosta da montanha.
Sofá: EcoBalanza; cadeira: ventre, Knoll; luz: CB2.
Gladwish poderia usar vigas de aço únicas para a construção, mas decidiu usar o dobro, o que tornou mais fácil o controle de portas de correr.
Com o tempo, o aço bruto enferrujará para uma cor marrom avermelhada, como já começou a ocorrer com a parte inferior dos suportes. Gladwish e mãe intencionalmente alcançaram esse efeito.
A entrada da casa parece dois grandes painéis de vidro, mas na verdade é uma porta com dobradiças. A vista daqui se estende para longe, através das montanhas e da água. "A encosta está longe de casa e, enquanto dentro de casa, no topo da encosta, parece que você está flutuando no ar", diz Gladwish.
Uma pequena ilha está localizada dentro da casa - um jardim coberto de musgo com uma pedra grande. Essa solução incomum parece apagar os limites visuais entre o interior e o exterior.
Esta foto mostra o átrio à esquerda e o hall de entrada à direita, que abriga uma coleção de ferramentas agrícolas enferrujadas Marie e que leva ao quarto principal.
Marie pintou uma imagem acima da lareira, imitando as árvores circundantes, envoltas na névoa da manhã. A imagem está pendurada em fios com balanças; Marie pode apertar um botão e a imagem se move para abrir uma TV de tela plana.
A pilha de grandes correntes enferrujadas na lareira parece muito original, bem como a moldura elegante da lareira em si, feita de vidro preto e refletindo a aparência da sala.
A sala leva ao quarto de hóspedes com uma cama dobrável e um pequeno espaço de trabalho.
Um pequeno pedaço de solo musgoso que imita o solo do jardim também está presente no banheiro. Marie queria que o banheiro estivesse na forma de uma gruta, mas Gladwish interpretou sua idéia à sua maneira, cobrindo a sala com azulejos de ardósia.
As bancadas, assim como a saliência da banheira e do chuveiro, são feitas de … vidro à prova de balas, que o Gladwish recebeu de um banco. Ele manteve e poliu o vidro por muitos anos antes de conseguir o acabamento fosco desejado. "Este é um material muito complexo e muito trabalho foi feito ao longo dos anos", diz ele. "Mas é muito melhor do que o plástico que é jogado em aterros sanitários."
O pano de fundo do quarto principal é uma floresta e um lago de assentamento - parece incrível.
O Gladwish criou um design interessante para lidar com a desordem: menos superfícies. "Se a mãe tem muitas superfícies onde pode colocar objetos diferentes, ela simplesmente não será capaz de lidar com o caos que em breve reinará aqui", diz ele.
Eames cadeiras com novos vernizes. A mesa consiste em duas partes muito grandes da noz peruana, cuja cor profunda e luxuosa confere a todo o espaço uma sofisticação especial.
A cozinha foi projetada de modo que Marie e seu parceiro possam cozinhar ao mesmo tempo e não interfiram um com o outro - duas ilhas de cozinha os ajudam nisso. “Não há becos sem saída na cozinha. Sempre há uma oportunidade alternativa de passar ”, diz Gladwish.
A parede na qual os armários da cozinha são montados é um grande pedaço de vidro colorido, que não apenas dá um toque suculento e brilhante a todo o espaço, mas também possui características refletivas. No entanto, a coisa mais legal nesse espaço é o que está oculto. O armário localizado à esquerda dessa superfície de vidro colorido é na verdade uma porta escondida que leva a um estúdio de 800 pés quadrados no qual Marie cria suas obras de arte.
Gladwish projetou a maior parte da casa de acordo com os requisitos de idade de sua mãe, para que a casa pudesse "envelhecer" com ela. Assim, o estúdio pode ser transformado em dois quartos, cada um com seu próprio banheiro - isso permitirá acomodar confortavelmente membros da família que ficarão ao lado de Marie para cuidar dela. Além disso, todos os corredores e portas - até o chuveiro - são todos construídos para que uma cadeira de rodas possa passar.
Marie pintou esta imagem com um galo, usando para alguns fragmentos as amoras encontradas na floresta.
Uma descida rochosa desce a ladeira até o celeiro e as trilhas.